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Os manifstantes que integram o movimento Ocupa Londrina começaram na última segundafeira (15) a colher assinaturas para pedir o tombamento histórico do Bosque Central. A medida surge após a derrubada de pelo menos 18 árvores nativas do Zerinho do local para a abertura da Rua Piauí.
As podas ocorreram na última sexta-feira (11) e desde então estão sendo realizados protestos contra a ação da Prefeitura de Londrina. Nesta terça-feira (15), feriado de Proclamação da República, haverá limpeza do local e plantio de pelo menos 150 mudas de árvores nativas na área devastada. "O plantio das mudas deve ser simbólico. Não vamos plantar no local onde tudo foi destruído, porque essas árvores podem ser arrancadas novamente", comentou um dos organizadores do movimento, o jornalista Guto Rocha.
Nesta terça também está prevista uma programação recreativa para crianças e adultos. Segundo o jornalista, o encontro realizado na última segunda-feira (14) possibilitou que a população que reside e transita pelo Bosque pudesse dar sua contribuição. A maioria, de acordo com ele, é contra o corte das árvores e quer que o local seja preservado.
"Como era véspera de feriado foi um momento bom. As pessoas pararam para emitir sua opinião e teve gente que pediu cópia do abaixo-assinado para levar para os prédios ao redor", comentou. Ainda não há um número contabilizado de assinaturas e nem por quanto tempo o documento deve rodar a cidade. Rocha contou que devido ao feriado, os órgãos de Patrimônio Público em Curitiba e Londrina estavam fechados e por isso eles ainda se organizam quanto aos prazos.
Os manifestantes não medem esforços para evitar nova ação da Prefeitura de Londrina no local. O organizador comentou que, apesar de não estar fechado dentro do grupo um protesto mais drástico, como acorrentar-se às árvores ou deitar no trajeto par a impedir máquinas de transitar, eles não descartam essas opções.
A página Ocupa Londrina na rede social Facebook já possui 594 membros. A intenção é organizar o grupo para definir as próximas estratégias de atuação.
Arquivo pessoal Guto Rocha
Região ficou devastada após ação da Prefeitura de Londrina
O secretário municipal de Governo, Marco Cito, criticou os recentes protestos e afirmou que a Rua Piauí será aberta, como forma de liberar o trânsito na região. De acordo com ele, o Instituto de Planejamento e Pesquisa de Londrina (Ippul), que elaborou o projeto de revitalização da área e abertura da via, realizou pesquisa com a população e também sobre a melhora no fluxo de veículos.
O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) solicitou que representantes da Secretaria Municipal de Ambiente (Sema), Ippul, da secretaria de Obras apresentem suas justificativas na manhã desta quarta-feira (16). A ong Meio Ambiente Equilibrado (MAE) também deve ajuizar nesta semana uma ação civil pública contra a ação da prefeitura, pedindo a paralisação das obras.
Arquivo pessoal Mariana Lorenzo
Protesto colocou cruzes no local onde as árvores foram derrubadas em Londrina