FOLHAWEB - FOTO ILUSTRATIVA
Londrina - Índios caingangues da Aldeia Água Branca, na Reserva do Apucaraninha, em Tamarana (Norte), apreenderam ontem duas Kombis e um caminhão da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU). Os veículos haviam sido utilizados para transportar 25 índios que permaneciam na área urbana de Londrina. O grupo estava acampado havia 15 dias em terreno localizado ao lado da Rodoviária e foi escoltado por guardas municipais até a Reserva. A transferência revoltou o cacique da aldeia.
''Achei errado trazerem os índios para a aldeia com a polícia. Eles não estavam roubando, não são ladrões, estavam apenas vendendo artesato'', criticou Moisés Lourenço.
Os índios retiraram as chaves dos veículos e comunicaram que ninguém deixaria as terras da Reserva. Houve negociação e os servidores foram libertados. ''Eles fizeram reivindicações para a implantação de um centro cultural em Londrina, mas questionamos que essa reivindicação era com outro setor. Depois de conversas eles acabaram liberando os quatro servidores da CMTU'', esclareceu o diretor da Guarda Municipal, Rafael Sampaio.
Os índios condicionam a entrega dos veículos públicos à construção de um imóvel para abrigar os caingangues que vêm até a área urbana de Londrina. ''Estamos sem um centro cultural há oito anos. Eles não estão preocupados com os índios'', reclamou o cacique. O Centro Cultural Kaingang, às margens da Avenida Dez de Dezembro, foi reestruturado recentemente para a exposição de artesanatos e a cultura indígena. No entanto, não há mais imóveis para a permanência dos índios.
O escritório regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Londrina acompanha a situação. ''Acompanhamos o caso e tentaremos resolver o problema. Se não conseguirmos, a CMTU pode tomar providências junto a autoridade policial'', ressaltou o chefe Casturino Almeida.
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